quarta-feira, 2 de maio de 2018

Santo Agostinho, bispo de Hipona...........profª Alcilene Rodrigues




Quem é?



                                                                                


Na cidade de Tagaste, hoje Souk-Ahras, na Argélia, norte da Africa, nasceu Aurélio Agostinho (354-430), que seria bispo de Hipona e posteriormente canonizado pela igreja Católica. Apesar de ter vivido no final da Antiguidade, antes da queda do Império Romano, suas teorias fertilizaram todo o primeiro período da Idade Média. Na sua juventude interessou-se pela religião dos maniqueus, o que despertou sua curiosidade pelas questões sobre o bem e o mal. Após uma juventude conturbada, voltada para os prazeres, converteu-se ao cristianismo por influencia de sua mãe,  igualmente canonizada: Santa Monica.
Adaptou o platonismo à fé católica e escreveu diversos livros: Confissões, De magistro, A cidade de Deus.
Sobre o tema das relações entre Estado e Igreja, debruçaram inicialmente os Padres da Igreja, ou Patrística, da qual participaram os intelectuais católicos, com destaque para Agostinho.
Na obra A Cidade de Deus, Agostinho trata das duas cidades, a cidade de Deus e a cidade terrestre, que para ele não devem ser entendidas simplesmente como reino de Deus que se sucede à vida terrena,mas conforme o paralelismo entre dois planos de existência na vida de cada um. Ou seja, todos vivem à dimensão terrena vinculada à sua história natural, à moral, às necessidades materiais e ao que diz respeito a tudo o que é perecível e temporal.  Outra dimensão é a celeste, que corresponde à comunidade dos cristãos, a qual vive da fé e se inspira no amor a Deus. A cidade terrestre é o reino do pecado e será aniquilada no fim dos tempos. A cidade de Deus opõe a graça ao pecado e a eternidade à finitude.

Agostinismo politico
A repercussão da teoria das duas cidades, à revelia do autor, desembocou na doutrina chamada  agostinismo político, que influenciou todo o pensamento medieval.
Essa teoria define o confronto entre o poder do Estado e o da Igreja pela superioridade do poder espiritual sobre o temporal. A tensão entre os dois poderes assumiu diferentes expressões no decorrer do período, criou inúmeros conflitos entre reis e papas e gerou facções politicas, como veremos mais adiante.

Embora a oposição entre Estado e Igreja já viesse de longa data, foi o beneditino Bernardo de Claraval, no século XII, que formulou de maneira mais expressiva o pensamento político- religioso medieval por meio da figura da luta das duas espadas:
A espada espiritual e a espada material pertencem, uma e outra, à Igreja e a segunda deve ser manejada a favor da Igreja e a primeira pela própria Igreja, uma está na mão do padre, a outra na mão do soldado, mas à ordem do padre e sob o comando do imperador.


Exercício:
1- O que é agostinismo político?